segunda-feira, 22 de março de 2010

E a História Continua...

TERRORISMO e AI-5

Elio Gaspari


Daqui a oito dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso.

À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, 22 anos, deixou seu carro numa garagem da Avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era).

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída.

O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos hoje arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefevre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada.

A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada.

Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente não teria havido o AI-5. O caso de Lovecchio tem outra dimensão.

Passados 40 anos, ele recebe da 'viúva' uma pensão especial de R$ 571,00 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura.

Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor de imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.

A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$1.627,00 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$400.000,00 de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis, participou de quatro assaltos, três atentados à bomba e uma execução.

Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa.

Tudo isso antes do AI-5. Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo.

Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso, foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia, iria enorme distância.

O que ele queria era outra ditadura.

Andou por Cuba, Chile, China e Coréia. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o 'Diógenes do PT'. Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que revê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte está adormecido na Câmara.)

Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda.

Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo.

ADIVINHE QUEM É DULCE MAIA? SIM, ELA MESMA: DILMINHA PAZ E AMOR!

domingo, 21 de março de 2010

A Submissão Consentida

Tudo começou quando um “puxa-saco” deu uma farda para ele. Era de Marechal. Ele experimentou e... gostou, até demais.

De repente, cercado por chefes militares obsequiosos, perfilados e cordatos, apesar de saber que o “hábito não faz o monge”, convenceu-se que era um marechal, que mandava como um marechal, que pensava como um marechal, e que a vistosa farda substituía, os inócuos anos perdidos na caserna, as madrugadas acadêmicas, a luz bruxuleante das “gagazeiras”, as horas de estudo, o delicioso “catanho”, a gostosa groselha e a pegajosa mariola, os serviços, as transferências, as patrulhas, as maneabilidades, as “ralações”, as jornadas no mato/campo, os cursos, as manobras na carta, no terreno, etc, e glorificou a máxima de “quem faz carreira no mato é veado”.

A subjugação satisfaz o imenso ego do espaçoso Marechal dos marechais, e o escorregadio “nossa excrescência”.

Aos poucos, descortinam-se as verdadeiras intenções da estratégia (END), visualizada pelos escaldados pessimistas como uma engabelação que escondia algo famigerado, como a referida PEC.

A aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei Complementar que reestrutura o Ministério da Defesa, reorganiza o preparo, o emprego e uso das Forças Armadas, unifica as operações da Marinha, da Aeronáutica e do Exército, pelo acachapante escore de 328 votos a 5, sublinha que os nossos representantes, como de praxe, não se preocupam em preservar a dignidade das Instituições Militares, imergiram- nas na podridão que viceja no cenário nacional, e martelaram o último prego no caixão onde estrebuchava um resto da dignidade nacional.

Breve, estará na pauta da mesma canalha, a aprovação do 3º PNDH. Haverá uma pantomima, debates acalorados, réplicas e tréplicas, cortes ou maquiagens em alguns pontos, mas ao final, ó incrédulos, a peça será aprovada.

A PEC centralizou nas mãos do ministro da Defesa a escolha dos comandantes das três forças, a promoção dos Oficiais-Generais e as compras das Forças Armadas.

"É uma lei que propõe dar musculatura ao Ministério da Defesa", resume o Deputado José Genoino (PT-SP), relator do Projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. “Deve ser da musculatura da cintura do ministro, que agora pode atravancar com mais força”, dizem os céticos. De acordo com “a boa nova”, as Forças Armadas estarão sujeitas aos humores e interesses da política. Leia-se dos políticos.

A PEC, definitivamente, inocula uma vertente política no apolítico Estamento Militar. A designação dos futuros Comandantes, por indicação do Ministro da Defesa, uma felpuda raposa, poderá tornar - se uma “indicação política”. Nós conhecemos como o atual governo mobília com os “seus”, os cargos e as funções.

Como uma gigantesca lula, o desgoverno máximo estendeu os tentáculos do Estado por todos os setores da vida nacional. Agora, sacramentam, ou cooptam pela via legalizada, o Estamento Militar. Nessa insânia, cumpre estatizar, dominar, submeter, quanto mais, melhor.

Por isso, os postos e cargos de alto nível nas Forças Armadas poderão fazer parte das barganhas e negociações que já conhecemos. A indicação política terá um peso enorme na nomeação. “Este serve, este não, este concorda, este não, este é a favor...”

A criação da Secretaria de Compras, encarregada do "grosso do orçamento para a compra de material bélico, alimentação, fardamento" insere uma vislumbrada vertente de corrupção nas tratativas comerciais, pois seu controle e necessidades fogem da gerência ilibada do Estamento Militar e passam a fazer parte do universo de possibilidades que poderão regar o “Caixa Dois” dos recursos de campanha e, sendo um recurso escamoteado ao grande público (é provável que seja sigiloso), com facilidade sempre poderá sobrar algum para os patifes de plantão (e como tem sobrado).

É o viés político adentrando na caserna... pela porta da frente.

Brasília, DF, 16 de março de 2010

Gen.Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

sábado, 13 de março de 2010

A Decepção Internacional com Lula

Carlos Alberto Montaner
O Estado de S. Paulo - 12/03/2010

Para Luiz Inácio Lula da Silva, os presos políticos cubanos são delinquentes como os piores criminosos encarcerados nas prisões do Brasil. Lula adotou, cruelmente, o ponto de vista de seu amigo Fidel Castro. Para ele, pedir eleições democráticas, emprestar livros proibidos e escrever em jornais estrangeiros - os "delitos" cometidos pelos 75 dissidentes presos em 2003, condenados a até 28 anos - equivale a matar, roubar ou sequestrar.

Para Lula, Oscar Elías Biscet, um médico negro sentenciado a 25 anos por defender os direitos humanos e se opor ao aborto, é apenas um criminoso empedernido. Dentro de seu curioso código moral, é compreensível a morte do preso político Orlando Zapata ou a possível morte de Guillermo Fariñas, em greve de fome para pedir a libertação de 26 presos políticos doentes.

Os democratas cubanos não são os únicos decepcionados com o brasileiro. Na última etapa de seu governo, Lula está demolindo a boa imagem que desfrutou no começo. Recordo, há cerca de três anos, uma conversa que tive no Panamá com Jeb Bush, ex-governador da Flórida. Ele me disse que seu irmão George, então presidente dos EUA, tinha uma relação magnífica com Lula e estava convencido de que ele era um aliado leal. Isso me pareceu uma ingenuidade, mas não comentei a questão.

Alguns dias atrás, um ex-embaixador americano, que prefere o anonimato, me disse exatamente o contrário: "Todos nos equivocamos com Lula. Ele é um inimigo contumaz do Ocidente e, muito especialmente, dos EUA, embora trate de dissimulá-lo". E, em seguida, com certa indignação, criticou a cumplicidade do Brasil com o Irã no tema das sanções pelo desenvolvimento de armas nucleares, o apoio permanente a Hugo Chávez e a irresponsabilidade com que manejou a crise de Honduras ao conceder asilo a Manuel Zelaya na embaixada em Tegucigalpa, violando as regras da diplomacia internacional.


Na realidade, o comportamento de Lula não é surpreendente. Em 1990, quando o Muro de Berlim foi derrubado, o líder do Partido dos Trabalhadores apressou-se em criar o Fórum de São Paulo com Fidel Castro para coordenar a colaboração entre as forças violentas e antidemocráticas da América Latina. Ali estavam as guerrilhas das Farc e do ELN na Colômbia, partidos comunistas de outros tantos países, a FSLN da Nicarágua e o FMLN de El Salvador.


Enquanto o mundo livre celebrava o desaparecimento da União Soviética e das ditaduras comunistas no Leste Europeu, Lula e Fidel recolhiam os escombros do marxismo violento para tratar de manter vigente o discurso político que conduziu a esse pesadelo, e estabeleciam uma cooperação internacional que substituísse a desvanecida liderança soviética na região.

No Brasil, sujeito a uma realidade política que não pôde modificar, Lula comporta-se como um democrata moderno e não se afastou substancialmente das diretrizes econômicas traçadas por Fernando Henrique Cardoso, mas no terreno internacional, onde afloram suas verdadeiras inclinações, sua conduta é a de um revolucionário terceiro-mundista dos anos 60.

De onde vem essa militância radical? A hipótese de um presidente latino-americano que o conhece bem, também decepcionado, aponta para sua ignorância: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar a atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicaram a realidade como um combate entre bons e maus."


Sua frase final, dita com tristeza, foi lapidar: "Parecia que Lula, com sua simpatia e pelo bom momento que seu país atravessa, converteria o Brasil na grande potência latino-americana. Falso. Ele destruiu essa possibilidade ao se alinhar com os Castro, Chávez e Ahmadinejad. Nenhum país sério confia mais no Brasil". Muito lamentável.

terça-feira, 9 de março de 2010

Comparação de Currículos

Ao que tudo indica, o grande embate político do ano será José Serra versul Dilma Rousseff, na disputa pela presidência.

Creio que ajuda muito saber um pouco do passado dos dois candidatos.

José Serra tem 68 anos, é paulista, filho de imigrantes italianos, o pai vendedor de frutas no Mercado Público, foi criado em uma pequena casa de quarto e sala, geminada com outras 24, em São Paulo.

Dilma Rousseff tem 62 anos, é mineira, filha de um imigrante húngaro, rico empreiteiro e dono de construtora, proprietário de dezenas de imóveis em Belo Horizonte, foi criada em um grande e espaçoso apartamento em Belo Horizonte.

Somente quando chegou ao Científico, a família Serra mudou-se para um apartamento de dois quartos, alugado. Antes disso, moraram em uma pequena casa em rua de chão batido.

Imóvel não era problema para a rica família Rousseff, que passava férias no Rio. Um dos espaçosos apartamentos foi cedido para Dilma utilizar, exclusivamente, como esconderijo seguro para os grupos terroristas dos quais participava, de onde saíam para praticar atentados, roubar e seqüestrar.

No início dos anos sessenta, vinculado à política estudantil, Serra foi presidente da União Estadual de Estudantes, de São Paulo, e da União Nacional dos Estudantes, com apoio da Juventude Católica. Democrata, sempre usou o palanque e a tribuna como armas, jamais integrando grupos terroristas e revolucionários manipulados pelo comunismo internacional.

Dilma, por sua vez, neste mesmo período, fazia política estudantil nas escolas mais burguesas de Belo Horizonte. Em 1963, ingressou no curso clássico e passou a comandar uma célula política em uma das mais tradicionais escolas da cidade, onde conheceu futuros companheiros de guerrilha, como o atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.

Em 1964, exilou-se na Bolívia e, posteriormente, na França, retornando ao Brasil em 1965, na clandestinidade. Ainda neste ano, foi para o Chile, onde ficou durante oito anos. Com a queda de Allende, foi para a Itália e, posteriormente, para os Estados Unidos. Teve uma vida extremamente produtiva no exílio, onde adquiriu sólida formação acadêmica, foi professor e consultor.

Em 1964, Dilma começou a conviver com terroristas de esquerda, iniciando a sua carreira como militante na luta armada. Neste período ingressou na POLOP, Política Operária, onde militou até ingressar na universidade.

Em 1967, Serra casou-se com a psicóloga e bailarina Sílvia Mônica Allende, com quem tem dois filhos e dois netos e continua até hoje casado.

Dilma também casou-se em 1967, com o terrorista e guerrilheiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares ("Aurelio", "Lobato"). Quando o primeiro marido a deixou, para ir cumprir missões em outros países, sequestrando um avião no Uruguai, por exemplo, teve um segundo casamento com Carlos Franklin Araújo, com quem teve uma filha. Desde 2000, não está casada.

Serra interrompeu a sua formação acadêmica em função do exílio, que impediu que seguisse a carreira de Engenheiro. No entanto, no Chile, fez um mestrado em Economia e foi professor de matemática na CEPAL. Posteriormente, nos Estados Unidos, fez mais um mestrado e um doutorado na prestigiada Universidade de Cornell.Tem uma das mais sólidas formações na área no Brasil.

Dilma ingressou em 1967 na faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Ali participou da criação do sanguinário grupo COLINA, Comando de Libertação Nacional. Posteriormente, participou ativamente da fusão entre a COLINA e a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária, quando surgiu a violenta VAR-P, Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, responsável por dezenas de crimes contra civis e militares.

Serra permaneceu 10 anos longe do Brasil. Retornou em 1977, dois anos antes da Lei da Anistia, sendo um dos únicos que voltou sem nenhuma garantia de liberdade e ainda com os direitos políticos cassados.

Enquanto isso, Dilma estava na clandestinidade, participando de ações armadas, recebendo treinamento para guerrilha no exterior, ministrado por organizações comunistas internacionais. Aprendeu a usar o fuzil com maestria, especialmente na atividade de montá-lo e desmontá-lo no escuro. Foi presa em 1970, permanecendo nesta condição até 1973.

Em 1978, Serra iniciou a sua carreira política, que este ano completa 32 anos. Neste ano, teve sua candidatura a deputado impugnada, sob a alegação de que ainda estava com os direitos políticos suspensos. Foi admitido como professor de Economia na UNICAMP, onde ficou até 1984.

Em 1973, Dilma Rousseff retomou o curso de Economia na UFRGS, no Rio Grande do Sul, onde estava preso seu segundo marido, Carlos Araújo. Ingressou, junto com o marido, no PDT e recebeu um cargo de estagiária na Fundação de Economia e Estatística, em 1977. Em 1978, Dilma Rousseff começou a fazer o mestrado na UNICAMP e, depois, o doutorado. Durante anos, mentiu em seu currículo que tinha concluído os dois cursos quando, na verdade, mal cursou os créditos, que representa quando muito 10% de um título acadêmico strictu sensu.

Em 1983, Serra iniciou, efetivamente, a sua carreira como gestor, assumindo a Secretária de Planejamento do Estado de São Paulo.

Em 1985, Dilma assumiu a Secretaria Municipal da Fazenda, em Porto Alegre, no governo do pedetista Alceu Collares, com quem tem uma dívida de gratidão. Hoje Collares é conselheiro de Itaipu.

Em 1986, Serra foi eleito deputado constituinte, com a maior votação do estado de São Paulo. Foi o deputado que aprovou mais emendas no processo da Constituinte: apresentou 208 e aprovou 130, uma delas criando o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Liderou toda a reformulação orçamentária e de planejamento do país, no período, que começaram a estruturar as finanças brasileiras, preparando-as para o futuro Plano Real.

Dilma saiu da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre em 1988, sendo substituída pelo hoje blogueiro Políbio Braga, que afirma: "ela não deixou sequer um relatório, e a secretaria era um caos."

Serra foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Foi derrotado por Luiza Erundina, do PT, nas eleições para prefeito de São Paulo. Em 1990, foi reeleito deputado federal com a maior votação em São Paulo.

Em 1989, Dilma foi nomeada Diretora-Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na cota do marido no PDT. Alguns meses depois foi demitida, pois não obedecia horários e faltava a todas as reuniões, segundo Valdir Fraga, o presidente da Casa, à época.

Em 1994, Serra foi um dos grandes apoiadores do Plano Real, mesmo com idéias própria que o indispuseram, por exemplo, com Ciro Gomes. Neste ano, foi eleito senador por São Paulo, com mais de seis milhões de votos. Em seguida, assumiu o Ministério do Planejamento.

Em 1995, voltou para a FEE, mas como funcionária, já que o PDT havia perdido a eleição. Ali editou uma revista de indicadores econômicos, enquanto tentava acertar o seu “doutorado” na UNICAMP.

Em 1998, José Serra assumiu o Ministério da Saúde, criando os genéricos e o Programa de Combate a AIDS. Criou a ANS e ANVISA. Foi considerado, internacionalmente, como uma referência mundial em gestão na área.

Em 1998, na cota do PDT, assume a Secretaria de Minas e Energia, no governo petista de Olívio Dutra, eleito governador gaúcho.Vendo que o partido de Brizola estava decadente, ingressou no PT.

Em 2002, Serra candidatou-se à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2002, Dilma foi nomeada ministra das Minas e Energia do governo Lula, puxando o tapete de Luiz Pinguelli Rosa, mestre em engenharia nuclear e doutor em física, que coordenava o grupo de transição.

Em 2004, Serra elegeu-se Prefeito de São Paulo.

Em junho de 2005, Dilma assumiu o lugar de José Dirceu, o chefe da sofisticada organização criminosa do mensalão, sendo saudada por ele como “companheira de armas e de lutas”, em memória aos tempos da guerrilha.

Em 2006, elegeu-se Governador de São Paulo, cargo que exerce até os dias de hoje. É o candidato natural da oposição à Presidência da República.

De lá para cá, vem sendo imposta por Lula como a candidata biônica do PT à presidência da república. No dia 20 de fevereiro de 2010, foi ungida, sem nunca ter conquistado um só cargo público pelo voto ou por concurso, a candidata da situação à sucessão de Lula.

Faltam 9 meses!
Julgue voce mesmo e vote com consciencia.

sábado, 6 de março de 2010

Revelado o Esquema Petista na Bancoop

Depois de quase três anos de investigação, o Ministério Público de São Paulo finalmente conseguiu pôr as mãos na caixa-preta que promete desvendar um dos mais espantosos esquemas de desvio de dinheiro perpetrados pelo núcleo duro do Partido dos Trabalhadores: o esquema Bancoop. Desde 2005, a sigla para Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo virou um pesadelo para milhares de associados. Criada com a promessa de entregar imóveis 40% mais baratos que os de mercado, ela deixou, no lugar dos apartamentos, um rastro de escombros. Pelo menos 400 famílias movem processos contra a cooperativa, alegando que, mesmo tendo quitado o valor integral dos imóveis, não só deixaram de recebê-los como passaram a ver as prestações se multiplicar a ponto de levá-las à ruína. Agora, começa-se a entender por quê.

Na semana passada, chegaram às mãos do promotor José Carlos Blat mais de 8.000 páginas de registros de transações bancárias realizadas pela Bancoop entre 2001 e 2008. O que elas revelam é que, nas mãos de dirigentes petistas, a cooperativa se transformou num manancial de dinheiro destinado a encher os bolsos de seus diretores e a abastecer campanhas eleitorais do partido. "A Bancoop é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002." Na sexta-feira, o promotor pediu à Justiça o bloqueio das contas da Bancoop e a quebra de sigilo bancário daquele que ele considera ser o principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro da cooperativa, seu ex-diretor financeiro e ex-presidente João Vaccari Neto. Vaccari acaba de ser nomeado o novo tesoureiro do PT e, como tal, deve cuidar das finanças da campanha eleitoral de Dilma Rousseff à Presidência.

Um dos dados mais estarrecedores que emergem dos extratos bancários analisados pelo MP é o milionário volume de saques em dinheiro feitos por meio de cheques emitidos pela Bancoop para ela mesma ou para seu banco: 31 milhões de reais só na pequena amostragem analisada. O uso de cheques como esses é uma estratégia comum nos casos em que não se quer revelar o destino do dinheiro. Até agora, o MP conseguiu esquadrinhar um terço das ordens de pagamento do lote de trinta volumes recebidos. Metade desses documentos obedecia ao padrão destinado a permitir saques anônimos. Já outros cheques encontrados, totalizando 10 milhões de reais e compreendidos no período de 2003 a 2005, tiveram destino bem explícito: o bolso de quatro dirigentes da cooperativa, o ex-presidente Luiz Eduardo Malheiro e os ex-diretores Alessandro Robson Bernardino, Marcelo Rinaldo e Tomas Edson Botelho Fraga – os três primeiros mortos em um acidente de carro em 2004 em Petrolina (PE).

Eles eram donos da Germany Empreiteira, cujo único cliente conhecido era a própria Bancoop. Segundo o engenheiro Ricardo Luiz do Carmo, que foi responsável por todas as construções da cooperativa, as notas emitidas pela Germany para a Bancoop eram superfaturadas em 20%. A favor da empreiteira, no entanto, pode-se dizer que ela ao menos existia de fato. De acordo com a mesma testemunha, não era o caso da empresa de "consultoria contábil" Mizu, por exemplo, pertencente aos mesmos dirigentes da Bancoop e em cuja contabilidade o MP encontrou, até o momento, seis saídas de dinheiro referentes ao ano de 2002 com a rubrica "doação PT", no valor total de 43 200 reais. Até setembro do ano passado, a lei não autorizava cooperativas a fazer doações eleitorais. Os depoimentos colhidos pelo MP indicam que o esquema de desvio de dinheiro da Bancoop obedeceu a uma trajetória que já se tornou um clássico petista. Começou para abastecer campanhas eleitorais do partido e acabou servindo para atender a interesses particulares de petistas.

'Cozinha' - Outro frequente agraciado com cheques da Bancoop tornou-se nacionalmente conhecido na esteira de um dos últimos escândalos que envolveram o partido. Freud "Aloprado" Godoy – ex-segurança das campanhas do presidente Lula, homem "da cozinha" do PT e um dos pivôs do caso da compra do falso dossiê contra tucanos na campanha de 2006 – recebeu, por meio da empresa que dirigia até o ano passado, onze cheques totalizando 1,5 milhão de reais, datados entre 2005 e 2006. Nesse período, a Caso Sistemas de Segurança, nome da sua empresa, funcionava no número 89 da Rua Alberto Frediani, em Santana do Parnaíba, segundo registro da Junta Comercial. Vizinhos dizem que, além da placa com o nome da firma, nada indicava que houvesse qualquer atividade por lá. O único funcionário visível da Caso era um rapaz que vinha semanalmente recolher as correspondências num carro popular azul. Hoje, a Caso se transferiu para uma casa no município de Santo André, na região do ABC.

Depoimentos colhidos pelo MP ao longo dos últimos dois anos já atestavam que o dinheiro da Bancoop havia servido para abastecer a campanha petista de 2002 que levou Lula à Presidência da República. VEJA ouviu uma das testemunhas, Andy Roberto, que trabalhou como segurança da Bancoop e de Luiz Malheiro entre 2001 e 2005. Em depoimento ao MP, Roberto afirmou que Malheiro, o ex-presidente morto da Bancoop, entregava envelopes de dinheiro diretamente a Vaccari, então presidente do Sindicato dos Bancários e indicado como o responsável pelo recolhimento da caixinha de campanha de Lula. Em entrevista a VEJA, Roberto não repetiu a afirmação categoricamente, mas disse estar convicto de que isso ocorria e relatou como, mesmo depois da eleição de Lula, entre 2003 e 2004, quantias semanais de dinheiro continuaram saindo de uma agência Bradesco do Viaduto do Chá, centro de São Paulo, supostamente para o Sindicato dos Bancários, então presidido por Vaccari. "A gente ia no banco e buscava pacotes, duas pessoas escoltando uma terceira." Os pacotes, afirmou, eram entregues à secretária de Luiz Malheiro, que os entregava ao chefe. "Quando essas operações aconteciam, com certeza, em algum horário daquele dia, o Malheiro ia até o Sindicato dos Bancários. Ou, então, se encontrava com o Vaccari em algum lugar."

A reportagem completa está na Veja desta semana.

Eu fico curioso em saber por quanto tempo o PT vai continuar enganando as pessoas honestas que ainda acreditam nas propostas dos barbudos. Sim, pois a desonestas, estas sempre estarão à bordo do partido das roubalheiras, seja que sigla tenham.

É impressionante a capacidade dos brasileiros em permitirem ser roubados e manter os ladrões no poder. Talvez um estudo psicanalítico revele esta tendência masoquista do nosso povo.

Corrupção existe no mundo todo, mesmo nos mais desenvolvidos. Mas lá, ao contrário daqui, quem é apanhado com a "mão na botica" ou com a grana na cueca (ou na meia, na mala, em qualquer lugar), vai para a cadeia.

Será que tem a ver com nossa posição neste planeta? Algo a ver com a incidência dos raios solares sobre a superfície do hemisfério sul?

Sinceramente, acho que é burrice, mesmo.

terça-feira, 2 de março de 2010

A Fraude Mascara o Fiasco do PAC

Augusto Nunes

Primeiro o presidente Lula debitou os atrasos nas obras do PAC na conta dos fiscais do Ibama. Depois, garantiu que o Brasil só não fora transformado no maior canteiro de obras do planeta por culpa da perereca gaúcha, do bagre do rio Madeira e das machadinhas indígenas. Em seguida, descobriu que a rede de sabotadores da grandeza da pátria agia sob o comando dos ministros do Tribunal de Contas da União. Até que não restou ninguém mais a responsabilizar ─ e o maior governante desde Tomé de Souza, em parceria com Dilma Rousseff, resolveu acobertar a coleção de fiascos com truques de estelionatário.

Uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na edição desta terça-feira revela que os balanços do PAC têm sido discretamente maquiados ou grosseiramente fraudados para induzir o país a acreditar que vai muito bem o que se arrasta, patina ou não sai do lugar. Se o governo não adotasse a metodologia da vigarice, o mapa das obras seria um oceano de carimbos vermelhos (”preocupante”) e amarelos (”atenção”), com um punhado de ilhas assinaladas em verde (”adequado”). Graças à maquiagem operada por trocas de datas e palavras, o desastre administrativo é apresentado como a prova definitiva de que não há outra gerente de país como Dilma Rousseff.

O trecho norte do Ferroanel de São Paulo não vai ficar pronto no quarto trimestre deste ano, como se previu em 2007? Troque-se “conclusão da obra” por “conclusão do projeto”. O eixo norte da transposição do Rio São Francisco, com inauguração prevista para dezembro de 2012, vai esperar até o fim de 2014? Altere-se a data com discrição de punguista e não se fale mais nisso. O trecho Lapa-Pirajá do metrô de Salvador será só parcialmente concluído em dezembro? Inaugure-se a fatia possível e o próximo governo que cuide do resto.

A leitura da reportagem reafirma que Lula e Dilma são incompatíveis com a verdade. Fosse outro o país, a dupla de fraudadores, como na imagem de Nelson Rodrigues, estaria sentada no meio-fio chorando lágrimas de esguicho. Como o Brasil deu de tratar mentirosos compulsivos com a complacência reservada a meninos travessos, Lula vai continuar inaugurando pedras fundamentais e zombando, com o desembaraço dos inimputáveis, da inteligência do Brasil que presta.

“Tem gente que devia ter vergonha de torcer pra que dê tudo errado no governo do operário que virou presidente”, declamará outra vez.

Tem presidente que não tem vergonha de nada.

A Privataria Petista é Diferente, e Pior

Elio Gaspari

A privataria petista é diferente, e pior

O tucanato vendeu patrimônio da Viúva e o comissariado produz riqueza vendendo intenções do Planalto.

QUEM ACOMPANHA o noticiário do mundo da informática tem um pé na felicidade. Na semana passada, por exemplo, apareceram três boas notícias.

  1. A editora MacMillan trabalha num projeto para lançar livros didáticos on-line que poderão ser adaptados pelos professores, de acordo com a conveniência dos alunos.
  2. Aproxima-se o dia em que os celulares terão um pequeno projetor de vídeo. Apareceram três modelos, caros e ruins, mas é assim que as novidades chegam ao mercado.
  3. A Apple poderá baixar para US$ 0,99 o preço dos episódios de seriados de TV.

Isso pelo mundo afora.

Em Pindorama, só notícias ruins.

  1. O comissário José Dirceu recebeu R$ 620 mil por serviços de consultoria prestados ao empresário que comprou por R$ 1 parte da empresa falida Eletronet, que foi dona de uma rede de 16 mil quilômetros de fibras ópticas.
  2. Diante das notícias de que o governo reanimaria a Telebrás para implantar um projeto federal de universalização da banda larga utilizando a rede da Eletronet, um lote de mil ações da estatal, que valia R$ 0,04, chegou a R$ 2,61. A primeira alta escandalosa de ações da Telebrás ocorreu no final de 2007 (200% num só dia), portanto o governo sempre soube que havia gente ganhando dinheiro com os ventos do Planalto.
  3. A União Internacional de Telecomunicações informa que o brasileiro gasta 4,1% de sua renda em comunicações, dez vezes mais que o europeu e o canadense.

A internet de banda larga custa, na média, US$ 34 mensais (em paridade do poder de compra, a PPC), contra US$ 20 nos Estados Unidos.

O índice de acesso dos brasileiros à banda larga fixa é de seis por cem habitantes, para uma média mundial de 7,1.

Aquilo que num pedaço do mundo é progresso, no Brasil tornou-se uma avenida de inépcia e da ação de atravessadores. Boa parte das roubalheiras do governo de José Roberto Arruda passava pela contratação de serviços de informática.

A Infraero anunciou que ofereceria internet gratuita aos usuários de seus aeroportos, voltou atrás e meteu a faca. No Ministério da Saúde, torraram perto de R$ 400 milhões com serviços terceirizados para a montagem da rede do cartão SUS. Felizmente, servidores que foram mantidos longe das transações desenvolveram e aperfeiçoaram os programas que mantêm de pé uma parte do projeto.

Um pedaço da malandragem que se nutria vendendo serviços de segurança, manutenção e logística migrou para a informática. Nela ainda é fácil maquiar preços, aditivos e contratos de assistência. Se um magano contrata a reforma de um prédio, bem ou mal, pode-se ter uma ideia da qualidade e do custo do serviço. Na informática, já houve caso de preço dez vezes superior, manutenção saindo mais cara que o equipamento, isso para não falar em venda de material obsoleto.

Em 1998, Larry Page e Sergey Brin fundaram o Google numa garagem alugada de San Francisco e seis anos depois abriram o capital da empresa. Suas ações foram oferecidas a US$ 85 e hoje estão a US$ 526. Quem botou US$ 100 mil no Google em 2004 tem agora US$ 620 mil.

O Google revolucionou o acesso ao conhecimento, emprega 20 mil pessoas, atende a 1 bilhão de pedidos por dia e é considerado a marca mais poderosa do mundo. É um perfeito exemplo da força renovadora do capitalismo.

A Telebrás, ressuscitada pelo comissariado do Planalto, é o anti-Google, exemplo da voracidade destruidora da privataria petista. Quem comprou US$ 100 mil de ações da Telebrás no dia em que Page e Bryn ofereceram seus papéis, tem hoje US$ 6,5 milhões. Isso sem produzir um só emprego ou serviço.

Tomando-se os R$ 20 mil da remuneração mensal do comissário José Dirceu na empresa do homem da Eletronet como uma unidade de medida da privataria petista resulta o seguinte: quem usou um José Dirceu em 1994 para comprar ações do Google, tem hoje R$ 124 mil. Se tivesse comprado papéis da Telebrás, teria R$ 1,3 milhão.

A privataria tucana produziu escândalos, bens e serviços. A petista ficou nas operações escandalosas.

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