segunda-feira, 3 de maio de 2010

Os Impostos em Números Garrafais

O impostômetro colocado em frente à sede da Associação Comercial de São Paulo chegou, nesta sexta-feira, ao impressionante número de R$ 400 bilhões arrecadados em impostos no país, cobrados por todos os entes públicos.

O marcador de arrecadação é ininterrupto e os números vão se sucedendo em ultravelocidade, como um cronômetro marcador de segundos e décimos de segundos. Esses indicadores em alta rotação apresentam em tempo real os valores que os contribuintes estão recolhendo aos cofres públicos num país que tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo.

A escalada de recolhimento de valores é tão acelerada que a marca dos R$ 400 bilhões foi atingida, neste ano, dezenove dias antes do que no ano passado. A continuar assim, a arrecadação de 2010 deverá ser superior à de 2009, configurando um recorde.

O impostômetro foi criado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento (IBPT). Para Fernando Steinbruch, diretor do IPT, a continuar nesse ritmo, certamente o montante arrecadado irá ultrapassar a cifra de R$ 1 trilhão.

Ele frisou que "o impostômetro é um instrumento de cidadania: todo cidadão brasileiro tem que ter a consciência de que paga tributo em tudo, e de que paga muito em tributo. O sistema tributário brasileiro taxa fortemente os produtos de consumo e quando consumimos não vemos o quanto pagamos em impostos".

A afirmação do dirigente do IPT é procedente. Muitas vezes, o brasileiro não consegue visualizar que, mesmo que ele não pague imposto de forma direta, como ocorre com o Imposto de Renda, ele o está pagando de forma indireta, na compra de um produto, por exemplo.

Aliás, essas alíquotas embutidas nos bens e nos serviços costumam ser muito altas. Nos produtos de consumo, oscilam entre 25% e 40%.

O problema não está apenas nas exorbitâncias arrecadadas por União, estados e municípios, incluindo o Distrito Federal. Ocorre que estudos indicam que somente um terço do que é arrecadado é devolvido em serviços.

Assim, o cidadão paga muito e não recebe a contrapartida adequada por parte dos gestores públicos. Basta ver o déficit que temos em saúde, educação, segurança pública, saneamento, entre outros itens.

Dessa forma, o contribuinte vê escorrer pelo ralo o dinheiro duramente amealhado e se vê compelido a sustentar uma máquina administrativa lenta e ineficiente.

Fonte: Correio do Povo, Porto Alegre

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