sábado, 18 de outubro de 2014

O Brasil que não tem medo do PT

Dilma só é melhor do que Aécio quando fala sozinha. Ou: Não restou ao PT nada além do ódio, do rancor, do ressentimento e da pancadaria. Se vencer a eleição, como vai governar?

Eu realmente não havia me dado conta de como Dilma Rousseff tinha ido bem no debate Jovem Pan-UOL-SBT. Só percebi isso quando ela apareceu falando sozinha no horário eleitoral do PT. Dizendo de outro modo: Dilma é realmente a melhor opção que o Brasil tem para a Presidência, desde que se ignore a alternativa, que é Aécio Neves. Na propaganda do PT, nós a vemos como atua no Palácio: sem ninguém para contestá-la. É o melhor para ela. E o pior para o Brasil. Foi certamente assim que ela interveio no setor elétrico e provocou um dos maiores desastres da história na área.
É claro que a edição do debate que está no ar é uma peça publicitária destinada a fraudar os fatos. Os petistas, sem exceção, reconhecem que Dilma foi massacrada por Aécio e acham que, mais uma esfrega daquela, e a vaca vai para o brejo. É por isso que o partido, nas redes sociais e na imprensa, com a ajuda de Lula, passou a dizer que Aécio foi violento “com uma mulher”, que o agressivo foi ele, que o tucano deveria ser mais respeitoso… Ou por outra: como é homem, deveria receber calado as ofensas planejadas por João Santana, um homem.
No PT, há quem reconheça que a violência também embute um risco considerável: nunca se sabe quando se passa do ponto. Mas essa gente considera que não há outra saída. Isso, provavelmente, é conversa de quem gosta de ver correr sangue e prefere se eximir da responsabilidade moral da escolha que fez. O fato é que o PT está levando a retórica eleitoral para um ponto de exacerbação do qual é difícil voltar. Parece que Dilma não considera que, se reeleita, terá de governar depois. O ódio que está inoculando na política gera resíduos que ficarão aí por muito tempo, quem sabe para sempre.
Mesmo o PT fazendo a campanha mais odienta e mais odiosa de sua história, os bate-paus do partido, como o tal Guilherme Boulos — cuja máscara definitivamente caiu, revelando a sua condição de militante —, têm a cara de pau de acusar os adversários de promover a violência. Pior: num artigo na Folha, o coxinha radical sugere que, se Dilma vencer, haverá vingança. Boulos está se oferecendo para ser o “califa” Abu Bakr al-Bagdhadi do PT. A ignorância e o primitivismo desse rapaz, vertidos em sua logorreia aparentemente sábia, chegam a impressionar. Se, um dia, ele resolver cortar nossa cabeça em praça pública, saberá explicar que é ele a cortar, como a mão de Deus, mas que a culpa é nossa.
Dilma e o PT introduziram o vale-tudo nessa campanha. Eles não têm limites mesmo — nunca tiveram! Muito se fala da “baixaria” que Collor levou ao ar em 1989, ao apelar a Miriam Cordeiro, a mãe de Lurian, filha de Lula. Baixaria, sim, não tenhamos dúvida! Mas poucos se esquecem de que, já naquele ano, a rede de difamação petista, inclusive a da imprensa, espalhou pelos quatro ventos que o adversário era viciado em cocaína — sim, este mesmo Collor que, hoje, é aliado do PT. É que ainda não havia as redes sociais para multiplicar o boato.
Em 1994, o PT já tinha montado o seu primeiro grande “bunker” — podem pesquisar — para difamar adversários. Isso não é novo no partido. Grupos operaram nas sombras em todas as demais campanhas. Ou não surgiu, em 2010, dentro do comitê oficial de Dilma, uma súcia clandestina, encarregada de fabricar um dossiê contra Serra? E a operação de 2006, com os aloprados?
Essa gente nunca teve limites. E não terá, dentro ou fora do poder. Essa turma se julga acima da moralidade comum e acha que tudo lhe é permitido. Não sei até onde eles vão, mas uma coisa é certa: em outubro de 2014, Aécio é o Brasil que não tem medo do PT.
Por Reinaldo Azevedo

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