A maioria
dos brasileiros, conforme atestam há tempos as pesquisas de opinião, exige que
a petista Dilma Rousseff deixe a Presidência da República. A oportunidade de
expressar concretamente essa demanda e, assim, impulsionar a máquina
institucional responsável por destituí-la, conforme prevê a Constituição, será
oferecida hoje, nas manifestações populares programadas Brasil afora. Chegou a
hora de os brasileiros de bem, exaustos diante de uma presidente que não honra
o cargo que ocupa e que hoje é o principal entrave para a recuperação nacional,
dizerem em uma só voz, em alto e bom som: basta!
Que as
famílias indignadas com a crise moral representada por esse desgoverno não se
deixem intimidar pelo rosnar da matilha de petistas e agregados, cujo único
interesse na manutenção de Dilma na Presidência é preservar a boquinha à qual
se habituaram desde que o PT chegou ao poder.
Essa turma
é hoje minoritária, quase marginal, totalmente destituída da força que um dia
teve, quando seduzia a parte ingênua da opinião pública nacional com a promessa
de um governo de vestais, empenhado apenas em promover a justiça social. Como
essa farsa foi desmascarada pelos fatos – o Brasil se viu mergulhado em
escândalos inéditos em sua história e o desastre do governo Dilma transformou o
sonho do fim da pobreza no pesadelo da década perdida –, restou aos petistas
insinuarem que os cidadãos comuns, aqueles que não se organizam em sindicatos
ou “movimentos sociais” destinados, por incrível que pareça, a defender
privilégios, correm algum risco se forem às ruas.
Já faz
tempo que, ao farejar o fim dessa era de privilégios, a tigrada lançou no ar
suas ameaças, com a pretensão de se impor pela força, já que pela razão não era
mais possível. Em fevereiro de 2015, o chefão petista, Luiz Inácio Lula da
Silva, se disse pronto para a “briga” e invocou o “exército do Stédile”, em
referência ao raivoso líder do MST. Depois, em agosto, em pleno Palácio do
Planalto, sob o olhar cúmplice de Dilma, o presidente da CUT, Vagner Freitas,
pediu a seus colegas sindicalistas e assemelhados – essa turma de boas-vidas
alimentados pelo trabalho alheio – que saíssem às ruas “entrincheirados, com
armas na mão, se tentarem derrubar a presidente”. Agora, encurralado pela
Justiça, Lula tornou a arrotar suas ameaças, que encontram eco nos ouvidos de
um número cada vez mais reduzido de seguidores, desesperados para ter algo em
que se agarrar diante do esboroamento do poder petista.
Já ficou
claro, no entanto, que esse punhado de irresponsáveis nada pode contra a
maioria dos brasileiros honestos. Suas bravatas destemperadas nada são diante
da resolução do povo, agora mais do que nunca convencido de que o País não
suporta mais tanta corrupção e tanta incompetência. Já em seu primeiro mandato
Dilma havia revelado, para quem quisesse ver, toda a sua incapacidade de
governar. Mesmo assim, graças a uma campanha eleitoral baseada no medo e em
mentiras de todo tipo, Dilma conseguiu se reeleger – para levar o País a um dos
mais calamitosos períodos recessivos de sua história e a uma aguda crise
política e moral.
Sem nenhuma
vocação nem para a política nem para a administração, Dilma não teve forças
para resistir ao sequestro de seu governo por oportunistas de variados naipes.
É a eles que o País está entregue hoje e é contra eles todos – Dilma, Lula e os
demais condôminos desse indecente edifício construído à base de corrupção e de
mentiras nos últimos 13 anos – que os brasileiros erguerão hoje sua voz nas
ruas.
Tudo isso
poderia ter sido evitado se Dilma tivesse tido a grandeza de renunciar ao
cargo. Na undécima hora, ela enfim revelaria algum traço da estadista que Lula
prometeu para o País. Esse gesto serviria para evitar o sempre traumático
impeachment, agora praticamente inevitável, e aceleraria a urgentíssima
transição para um governo munido da legitimidade indispensável para reunificar
o País e conduzi-lo para longe da tormenta. Mas já ficou reiteradamente claro
que Dilma, Lula e os petistas são incapazes de pensar senão em salvar seus
mesquinhos interesses, além da própria pele. Diante disso, resta aos cidadãos
brasileiros mostrarem seu poder, proclamando, inequivocamente, que não admitem
mais que o lulopetismo, desonesto e incompetente, continue encastelado no
governo.
O Estado de São Paulo, 13/3/2016
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