terça-feira, 17 de novembro de 2015

Sonho


Lula sonhava eternizar-se como o maior dos brasileiros. Terá de contentar-se em ser o que de melhor o petismo foi capaz de produzir

Não sei, não, mas uma desconfiança minha, até antiga, a cada dia se robustece mais.

Eu desconfio que foi esse “dizinfiliz” do Lula que comeu o papagaio de Graciliano Ramos e colocou a culpa no lesado do Fabiano! Acho que não, deve ser mais um factóide criado por essa minha mente que já demonstra sinais de degeneração, subjugada pela ação inexorável da idade e vítima inocente que tenta desesperadamente sobreviver nos escombros do que um dia foi um cérebro com algum lampejo de vida inteligente, mas que não resistiu aos encantos e ao assédio da “mardita” cachaça.

Se foi o flagelo do Garanhuns ou não, eu não sei; eu só sei que, temendo uma reação truculenta do mal- encarado dono da cadela Baleia, ele “vazou” para as bandas do Sul. Bom de lábia desde tenra idade, não encontrou maiores dificuldades para se instalar por aqui e logo começou a trambicar com uns generais entediados. Foi mais ou menos nessa época que conseguiu convencer os metalúrgicos de que era sindicalista e viciou-se na bebida “derrubando” vários litros de Cavalo Branco em reuniões com empresários aterrorizados, em cujos orifícios de passagem de excremento não passava nem uma agulha sequer.

O final dessa história é de conhecimento geral. Todos os brasileiros foram testemunhas do seu desfecho, mas não custa nada relembrar: cansado de perseguir viúvas pelos corredores dos sindicatos da vida, traiu o levante da Vila Euclides e apostou todas suas fichas na fundação de um partido político capaz de assegurar o sucesso de sua carreira política. A ascensão financeira e social seria somente consequência. E como foi!

É triste assistir ao prelúdio do ocaso de um líder parido no ventre das massas populares, que tinha tudo para eternizar-se como o governante hábil e pacificador que uniu uma nação sob o manto da liberdade, da igualdade e da brasilidade. No entanto, derrotado pelo ego, arrisca-se a entrar para a história como um farsante que, consumido pelo rancor incontrolável, preferiu acreditar em suas próprias mentiras disseminando a fábula fazendo crer que foi por sua vontade que os pobres começaram a viajar de avião assiduamente e a comer filé mignon pelo menos duas vezes por semana, estigmatizando-os como os “burgueses bolivarianos” criados pelo socialismo do século 21.

Diz a lenda que Lula amou tanto a pobreza que fez dela sua companheira inseparável. Sustentam, ainda, as más línguas, que era durante as campanhas eleitorais que esse sentimento mostrava o quanto era grande o seu amor pelos pobres.

Símbolo maior do apogeu apoteótico dessa jornada ao centro da (des)governança corrupta e irresponsável capitaneada pelo ex-presidente e que aterroriza os brasileiros há praticamente treze anos, Dilma Rousseff traduz com perfeição a dimensão do mal que o maior de todos os petistas impôs a toda uma nação. Nessa viagem ao encontro do caos, alguns, inconformados com o papel de meros passageiros da alegria, foram além. Aliançaram-se. Outro tanto, ousou mais. Tornou-se cúmplice!

Uns têm Lula como deus. Outros, como diabo. Particularmente, não o acho nem um nem outro. Eu o tenho somente como um embusteiro oportunista que a sorte, tudo indica, está se cansando de bafejar e já não se preocupa mais em esconder que ele envelheceu apenas fisicamente. A alma guarda o mesmo frescor de trinta anos atrás. O ódio a preservou da ação do tempo.


Da mesma forma que lhe aguçou a inteligência, a raiva companheira lhe solapou a sabedoria. Perdeu o Brasil, perdemos nós. Infelizmente.

Mauro Pereira, 16/11/2015.

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