terça-feira, 22 de julho de 2014

Pode piorar


Mais um indicador da economia con firmou o que o consumidor já tem sentido no dia a dia, o País está à beira de uma recessão. Um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) confirmar a manutenção da taxa Selic em 11% ao ano, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil registrou o menor saldo de criação de vagas de trabalho com carteira assinada para um mês de junho desde 1998. Foram geradas apenas 25.363 novas vagas. No mesmo dia, foram divulgadas pesquisas de endividamento, inadimplência e recuo da demanda por crédito. 

Ou seja, a atividade econômica está dando vários sinais de fraqueza. Como uma mãe que cuida de um filho doente, ao perceber que a febre não cede espontaneamente, a mãe aplica doses de remédio para que a criança melhore e volte a correr pela casa. No entanto, o governo parece estar numa sinuca de bico, e se aplicar o remédio para uma doença agrava a outra e se não aplicar piora a mesma. Ou seja, a inflação no teto da meta e a atividade econômica fraca impedem que a autoridade monetária use a política monetária como remédio para combater um desses males. 

Se o BC tivesse reduzido o juro na semana passada para tirar a economia do estado letárgico, ele estaria incentivando o consumo e empurrando a inflação para acima do teto. Se fizesse o contrário, subir a taxa Selic, o movimento seria o contrário. A autoridade monetária explica que os efeitos do aperto monetário iniciado em abril de 2013 ainda não refletiram a inflação e que quando isso ocorrer o indicador vai desacelerar. 

Para contribuir com este cenário pouco animador, as pesquisas da semana passada mostram que o consumidor está mais endividado, que está havendo um pequeno aumento da inadimplência e que a demanda por crédito continua caindo. O endividamento é em razão do aumento da inflação que atingiu itens de primeira necessidade, como alimentos e serviços, e isso fez o consumidor, principalmente, o de baixa renda escolher entre comer ou pagar uma conta. 

Com isso, a inadimplência aumentou. Por outro lado, a queda na procura por crédito mostra que este mesmo consumidor está mais consciente e evitando assumir novos compromissos financeiros.


Fonte: Diário do Comércio e Indústria - 22/7/2014

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