O jihadismo
petista se estruturou construindo um inimigo: o PSDB, sobretudo personificado
em FHC.
Fernando Henrique saiu da cena política há 13
anos. Mas o PT não consegue atuar sem ele. A cada circunstância tem que
ressuscitá-lo, dizendo que era ele que estava por trás de Serra ou de Alckmin
ou agora de Aécio.
Porque o PT
precisa desesperadamente do inimigo. Não para destruí-lo e sim para mantê-lo
como inimigo universal e eterno.
Por isso
afirmei há anos que a pior coisa que poderia acontecer ao PT seria a dissolução
do PSDB (o que já deveria ter acontecido por decisão interna e pode acabar
acontecendo agora à revelia, pela constelação aziaga das circunstâncias).
A guerra
(no caso, a política praticada pelo PT como arte da guerra ou continuação da
guerra por outros meios) é um engendramento que visa construir inimigos como
pretexto para reproduzir sistemas de dominação (hierárquico-autocráticos).
Mas, para
tanto, não pode destruir os inimigos (sobretudo depois que eles foram
cuidadosamente escolhidos e construídos a duras penas): tem de mantê-los.
Por isso
muitos dizem que o PT ficou tucano-dependente.
Marina
agora entrou em cena e quebrou a bipolarização que caia como uma luva: PT x
PSDB representava Esquerda x Direita, Povo x Elites, Explorados x Exploradores,
Socialistas x Neoliberais ou qualquer outra besteira semelhante.
O PT não
teve - e nem terá - tempo de construir Marina como inimiga e a ela não se
aplicam as caracterizações de Direita, Elite, Exploradora ou Neoliberal.
E agora?
Agora fudeu.
Augusto de Franco.
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