segunda-feira, 8 de setembro de 2014

FIQUE BRAVA, GENTE BRASILEIRA!

FIQUE BRAVA, GENTE BRASILEIRA!
Como resultado natural da inexorável ação do tempo, a idade vai se acumulando e nos transforma em testemunhas privilegiadas de um conjunto de fatos e acontecimentos que constroem nossa história. Até aí, nada de extraordinário. No entanto, ainda que inadvertidamente, esse estoque fabuloso de informações captadas pelas nossas retinas ao longo de nossa existência e arquivadas no HD de capacidade ilimitada do nosso cérebro espetacular, nos dá a falsa sensação de que somos guardiões da sabedoria e, vencidos pela soberba, em determinados momentos chegamos até a imaginar que já vimos de tudo nessa fugaz experiência terrena.
Ledo engano. Em sua infinita benevolência a natureza nos concede o dom da longevidade, mas, impõe como contrapartida o exercício da humildade. E nesse aspecto ela é pródiga em nos ensinar que por mais longeva que seja nossa caminhada a vida se renova e renasce todos os dias revelando eventos que julgávamos inconcebíveis. Jamais imaginei, por exemplo, que assistiria a uma das mais degradantes etapas de nossa história política. Mas os quase doze anos da desastrada e corrupta administração petista provam que o malfeito de ontem se reinventa a cada amanhecer, cada vez mais bem feito.
Nada mais me surpreende neste grande bordel que um dia foi a promissora República Federativa do Brasil. O mais lamentável é que são raros os indícios de um porvir mais venturoso. É desalentador ver uma nação naturalmente vocacionada para conduzir, ser conduzida por porteiros de casas de tolerância de quinta categoria. O gigante continua deitado, só que não mais em berço tão esplêndido. Apequena-se com a disseminação da desfaçatez e sente diminuir seu fulgor ante a sanha destruidora dos que teimam em reduzi-lo a mais uma mera republiqueta terceiro-mundista.
Prova disso é a reportagem publicada sábado último pela revista Veja relatando as denúncias do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, envolvendo autoridades de grosso calibre da República em um dos mais escabrosos casos de corrupção já perpetrado contra a estatal, arrastando para o fundo do pântano da desmoralização deputados federais, senadores da República, ministros de Estado, presidentes, ex-presidentes. Nem mesmo personagens que a tragédia se incumbiu de beatificar foram poupadas. A República ruiria se já não estivesse no chão!
Apesar de estupefato com as revelações do ex-diretor, que gozava da intimidade de Lula, ressalte-se, reconheço que nada supera a oportunidade ímpar de ter assistido ao longo de mais de uma década a evolução da mais infeliz das etapas da política brasileira. Jamais sequer cogitei da possibilidade de conviver com uma casta de políticos tão ineptos, irresponsáveis, oportunistas e corruptos e, concomitantemente, testemunhar o desempenho medíocre de um governo que, além de amasiar-se com a promiscuidade ideológica e flertar despudoradamente com a prostituição política, não se envergonha de recorrer ao flagelo da fome e ao suplício da miséria para amealhar algum dividendo eleitoral.
Paulo Roberto Costa, o ex-diretor que gozava da intimidade de Lula
Infelizmente, o Brasil foi transformado na pátria dos vigaristas, no reduto de vendilhões e no paraíso de velhos (e novos) comunistas que abominam o capitalismo e detestam a burguesia, mas não abrem mão da felicidade, nem da facilidade, que ambos propiciam. Nunca na história deste pais se contabilizou tantas denúncias de corrupção, gestão temerária e ação fraudulenta como as colecionadas pelos facínoras que têm comandado a nação brasileira. Embora poucos (ou quase nenhum) foram presos, em tempo algum, tantas autoridades foram levadas às barras da justiça. Mais dia menos dia a casa cai e eles terão de prestar conta dos seus atos.
Em repúdio a mais um escândalo de grandes proporções envolvendo as principais autoridades da República, o Brasil que presta haverá de fazer retumbar pela vastidão das urnas o grito dos indignados. Com certeza ele chegará aos ouvidos moucos daqueles que têm ultrajado a nossa pátria e coberto de vergonha toda uma nação e os fará perceber no horizonte da esperança o raiar de um novo tempo. O da decência. Desmoralizados, descobrirão que restará como alternativa apenas rastejarem na sarjeta da mediocridade que a desonra lhes reservou e, de lá, rezarem aos céus implorando, como imploram os covardes, para que a justiça dos homens seja clemente ao julgá-los. Sabem que a toga da história é impermeável à gratidão.
Ou nos levantemos contra a era da mediocridade que nos sufoca desde 2003 e estanquemos o mal que essa malta vem fazendo ao nosso País, ou não nos restará sequer o consolo de sonharmos com um Brasil decente, soberano, desenvolvido e democrático.
Fique brava, gente brasileira! Sem temor, sem ser vil!
Mauro Pereira

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