PT não fala
mais em privatização da Petrobras porque privatizada ela já está: pelo PT, PMDB
e PP. A mentira da hora diz respeito ao pré-sal.
Em 2002,
2006 e 2010, o PT inventou que os tucanos haviam querido — e quereriam ainda —
privatizar a Petrobras. Alguma evidência, algum documento, alguma fala oficial
de governo, alguma proposta que apontasse para isso? Nada! Nem um miserável
papel. A maior evidência de que dispunham era um estudo encomendado para mudar
o nome da empresa para Petrobrax. Uma burrice? Sem dúvida! Privatização? É
piada! Tratava-se apenas de uma mentira de cunho terrorista — já que o partido
sabia que a população brasileira, na sua maioria, infelizmente, se oporia à
ideia. Este nosso povo bom prefere uma estatal lotada de larápios, roubando
dinheiro para si e para seus respectivos partidos, a uma empresa privada que
funcione bem, sem assaltar o nosso bolso. O gosto de um povo costuma ser o seu
destino.
Lembro, só
para ilustrar, que, às vésperas do segundo turno da eleição de 2010, José
Sérgio Gabrielli — um dos principais responsáveis pela compra desastrada da
refinaria de Pasadena —, então presidente da estatal, concedeu uma entrevista à
Folha em que afirmou que o governo FHC havia tomado medidas em favor da
privatização. Não apresentou uma só evidência, é claro!, porque se tratava
apenas de uma mentira. Privatizada, como vimos, de fato, a Petrobras já está, o
que não é segredo para ninguém. As evidências que vêm à luz a cada dia ilustram
o descalabro.
Pois bem!
Neste 2014, falar que estão querendo privatizar a Petrobras não chega a ser uma
coisa exatamente popular. A empresa está mais nas páginas de polícia do que nas
de economia, não é mesmo? Privatizada, ela já está. Como vimos, boa parte de
sua operação pertence a companheiros do PT, do PMDB e do PP. Uma gangue agia
dentro da empresa, em conexão com outra que, segundo Paulo Roberto Costa,
atuava do lado de fora. Fica difícil convocar a população para a guerra santa
em defesa de um nome que, infelizmente, acabou tão manchado.
Como é que
o PT vai fazer, então? O partido não sabe fazer campanha eleitoral sem
transformar seus adversários em satãs. Os petistas não conseguem entender o
jogo político senão pela eliminação do outro. Não lhes basta simplesmente
vencê-lo. Sem encontrar, antes como agora, verdades fortes o bastante em favor
de si mesmos, então recorrem a mentiras contra seus oponentes.
Assim é com
essa história absurda de que, se eleita, Marina vai tirar R$ 1,3 trilhão — sim,
os desmandos da turma já atingiram a casa dos bilhões, e as mentiras, dos
trilhões — da educação em razão da não exploração do pré-sal. Esse é o
terrorismo da vez. Moralistas como são, advertidos até internamente de que isso
é forçar a barra, os chefões não se intimidaram. Como Dilma deu uma pequena
reagida, e Marina, uma esmorecida, chegaram à conclusão de que esse é mesmo um
bom caminho. Se eles não podem vencer com a verdade, indagam sem hesitação:
“Por que não a mentira?”.
Nesta
quinta, em entrevista à Rede TV, Dilma culpou Marina, quando ministra do Meio
Ambiente, pela demora nas licenças ambientais para obras de infraestrutura. É
mesmo? Eu posso criticar algumas questões que a então ministra levantou ao
longo do tempo sobre esta ou aquela obras, Dilma não! Ora, se ela criava
dificuldades tecnicamente injustificadas e artificiais, por que não foi posta,
então, fora do governo? Por que não se fez, então, o devido debate público? É
que Lula gostava — e precisava — da “simbologia Marina”.
No horário
eleitoral gratuito, o PT demoniza empresários e banqueiros, apresentados como
um bando de salafrários que se regozijam quando supostos inimigos do povo —
sim, Marina é o alvo principal — aparecem combinando tramoias. É grotesco que,
nestes dias, quando conhecemos a casa de horrores em que se transformou a
Petrobras, o PT venha a público para atacar o setor privado.
Encerro com
um dado: até há cinco dias, Dilma, a que aparece como a adversária de
empresários cúpidos, havia arrecadado mais do que o dobro da soma de Aécio e
Marina: R$ 123,3 milhões entre julho e agosto, contra R$ 42,3 milhões do tucano
e R$ 19,5 milhões de Marina.
Essa é a
cara deles. Essa é a moralidade deles.
Reinaldo Azevedo
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