segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O ABRAÇO À CAVERNA DO ALI BABÁ


Quem assistiu a cena patética ficou impressionado com o comportamento do ex-presidente Lula tentando abraçar a Petrobrás, no Rio, o prédio que os seus companheiros transformaram na caverna do Ali Babá. A pobreza política de Lula deixa pasmo milhões de pessoas que por duas vezes o premiaram com a presidência da república.
Vestindo um casaquinho alaranjado e acompanhado de um monte de pelegos sindicais, muitos deles da própria Petrobrás, o ex-presidente esgoelou em vão para chamar atenção de quem passava pelo local. Os berros foram inúteis, como foram inúteis também os apelos à proteção da Petrobrás que a petezada transformou em um covil de corruptos.
A intenção do Lula era combater a Marina que já disse defender a energia alternativa a exploração do Pré-sal. Não deixa de ser uma boa idéia já que esses recursos minerais são esgotáveis. É para manter a gigante reserva de petróleo intocável em seu território que os Estados Unidos vivem em conflito permanente com os países árabes de quem compra o produto barato para abastecer o país, sem precisar mexer no seu estoque estratégico de óleo. Mas é claro que a Marina defendia a energia alternativa como forma de não alterar as nossas jazidas naturais, uma maneira boazinha de fazer política com o seu víeis ambientalista, um romantismo que beira ao sonhático para quem quer ser presidente.
Lula viu nessa declaração de Marina motivos mais que suficientes para juntar um monte de companheiros, mamadores das estatais, para fazer um gesto político em defesa do patrimônio brasileiro. É de se perguntar por que o ex-presidente não tomou essa iniciativa quando os gangsteres ocuparam a diretoria da Petrobrás no seu governo para saquear a empresa e distribuir seus “dividendos” com políticos de vários partidos e empresários desonestos. Essa, sim, seria uma iniciativa nobre do companheiro Lula que agora se transformou em agitador, uma coisa démodé para quem exerceu por duas vezes à presidência.
Na verdade, Lula é um homem obcecado pelo poder. Descobriu que, pela política e não pelo trabalho, pode alcançar o inalcançável. Quer manter a todo custo o status político, mesmo que para isso jogue a honra no lixo e mande os “escrúpulos às favas”, como disse Jarbas Passarinho ao aderir o AI 5 que mergulhou o Brasil numa sangrenta ditadura. Lula não tem limites. Faz aliança com bicheiros, políticos e empresários corruptos, com a direita, com esquerda festiva, enfim, com quem pode contribuir para que ele e seu grupo se mantenham no poder.
Como tem algumas aposentadorias conquistadas com a política, o ex-presidente pode se dar ao luxo de percorrer o país, as vezes em jatinhos de empresários, endividados com o BNDES, para cabalar votos para Dilma, a presidente que está levando o Brasil a recessão, que manteve os saqueadores do dinheiro público dentro dos ministérios em nome da falsa governabilidade. É assim, que mais uma vez, a petezada vai tentar se manter no poder. Com o seu voto, claro!

Dilma ainda vai atravessar tormentas. O que seria seu grande cabo eleitoral, Lula pode estar estragando a festa da sua candidata quando tenta voltar ao Lula sindicalista. A imagem está distante daquele Lula guerreiro, que ocupava as fábricas e fazia discurso para milhares de operários no ABC paulista e no Brasil. Que dizia impropérios contra “elite branca” e acenava com a bandeira do combate a corrupção. Daquele Lula, nada resta nem sombra. O de hoje vive nos noticiários dos escândalos, do mensalão das CPIs no parlamento. Tem contra ele depoimentos de Marcos Valério e de outros intermediários engaiolados pela Polícia Federal.

Jorge Oliveira

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