Quem
assistiu a cena patética ficou impressionado com o comportamento do
ex-presidente Lula tentando abraçar a Petrobrás, no Rio, o prédio que os seus
companheiros transformaram na caverna do Ali Babá. A pobreza política de Lula
deixa pasmo milhões de pessoas que por duas vezes o premiaram com a presidência
da república.
Vestindo
um casaquinho alaranjado e acompanhado de um monte de pelegos sindicais, muitos
deles da própria Petrobrás, o ex-presidente esgoelou em vão para chamar atenção
de quem passava pelo local. Os berros foram inúteis, como foram inúteis também
os apelos à proteção da Petrobrás que a petezada transformou em um covil de
corruptos.
A
intenção do Lula era combater a Marina que já disse defender a energia
alternativa a exploração do Pré-sal. Não deixa de ser uma boa idéia já que
esses recursos minerais são esgotáveis. É para manter a gigante reserva de
petróleo intocável em seu território que os Estados Unidos vivem em conflito
permanente com os países árabes de quem compra o produto barato para abastecer
o país, sem precisar mexer no seu estoque estratégico de óleo. Mas é claro que
a Marina defendia a energia alternativa como forma de não alterar as nossas
jazidas naturais, uma maneira boazinha de fazer política com o seu víeis
ambientalista, um romantismo que beira ao sonhático para quem quer ser
presidente.
Lula
viu nessa declaração de Marina motivos mais que suficientes para juntar um
monte de companheiros, mamadores das estatais, para fazer um gesto político em
defesa do patrimônio brasileiro. É de se perguntar por que o ex-presidente não
tomou essa iniciativa quando os gangsteres ocuparam a diretoria da Petrobrás no
seu governo para saquear a empresa e distribuir seus “dividendos” com políticos
de vários partidos e empresários desonestos. Essa, sim, seria uma iniciativa
nobre do companheiro Lula que agora se transformou em agitador, uma coisa
démodé para quem exerceu por duas vezes à presidência.
Na
verdade, Lula é um homem obcecado pelo poder. Descobriu que, pela política e
não pelo trabalho, pode alcançar o inalcançável. Quer manter a todo custo o
status político, mesmo que para isso jogue a honra no lixo e mande os
“escrúpulos às favas”, como disse Jarbas Passarinho ao aderir o AI 5 que
mergulhou o Brasil numa sangrenta ditadura. Lula não tem limites. Faz aliança
com bicheiros, políticos e empresários corruptos, com a direita, com esquerda
festiva, enfim, com quem pode contribuir para que ele e seu grupo se mantenham
no poder.
Como
tem algumas aposentadorias conquistadas com a política, o ex-presidente pode se
dar ao luxo de percorrer o país, as vezes em jatinhos de empresários,
endividados com o BNDES, para cabalar votos para Dilma, a presidente que está
levando o Brasil a recessão, que manteve os saqueadores do dinheiro público
dentro dos ministérios em nome da falsa governabilidade. É assim, que mais uma
vez, a petezada vai tentar se manter no poder. Com o seu voto, claro!
Dilma
ainda vai atravessar tormentas. O que seria seu grande cabo eleitoral, Lula
pode estar estragando a festa da sua candidata quando tenta voltar ao Lula
sindicalista. A imagem está distante daquele Lula guerreiro, que ocupava as
fábricas e fazia discurso para milhares de operários no ABC paulista e no
Brasil. Que dizia impropérios contra “elite branca” e acenava com a bandeira do
combate a corrupção. Daquele Lula, nada resta nem sombra. O de hoje vive nos
noticiários dos escândalos, do mensalão das CPIs no parlamento. Tem contra ele
depoimentos de Marcos Valério e de outros intermediários engaiolados pela
Polícia Federal.
Jorge Oliveira
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