sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Uma análise sobre o discurso de Dilma à sua arquibancada de ministros.

Em homenagem a Sergio Porto, criador de Stanislaw Ponte Preta e o
Festival de Besteira que Assola o País.
Ver Dilma Rousseff falando por 40 minutos em sua primeira reunião com os novos ministros é como assistir um filme surrealista sem graça. A presidente poderia ensinar a qualquer um a arte de driblar a realidade, vivendo no país de João Santana, o único marqueteiro que enganou milhões de pessoas e se orgulha disso, tendo ganho 70 milhões na última campanha e estando vivo para contar. Cobrando dos incontáveis ministros e ministras,que não couberam na foto oficial, mais empenho na “arte de se comunicar”, Dilma mal consegue ler seu discurso nas duas telas de alta geração que reproduzem os textos. Sua língua trava, o cérebro também e fica-se com a sensação de que, a qualquer momento, aquela pessoa que está falando vai parar de funcionar, com fumaça saindo de sua cabeça feito desenho animado.
Quando Dilma nos leva a seu país das maravilhas, guiada pelo coelho Santana, temos uma experiência reveladora: ouvimos que o governo do PT “preparou o Brasil para a era do conhecimento”. Enquanto isso, apenas com seu lucro trimestral, a Apple, de fato preparada para a era do conhecimento, poderia comprar todas empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores, com exceção da AMBEV. Dilma, muito orgulhosa, lembrou do slogan do coelho Santana, “pátria educadora”, se esquecendo da sabedoria popular mais básica: a educação se dá por exemplos. Neste exato momento, milhões de brasileiros aprendem, com o PT, o verdadeiro mote de governo: roube. Roube bastante, porque nada vai lhe acontecer e, se por um milagre, acontecer de um ministro no STF lhe prender, você será tratado como herói do povo brasileiro, e passará a ser um presidiário turista, como José Dirceu. 
Assalte os cofres da Petrobras, do BNDES, da Caixa e do Banco do Brasil, mas não deixe provas, apague seus vestígios, porque, assim, caberá ao acusador a tarefa de produzir provas, de investigar. Não abra a boca para confessar crimes, porque isso é anti-revolucionário. Seja analfabeto e tenha orgulho disso. Lute para implementar uma ditadura do proletariado e se auto-intitule coração valente, dizendo que lutou pela democracia.
Esta é a educação que milhões de brasileiros recebem, via exemplo do PT. Esta é a nossa verdadeira pátria educadora. Dilma acerta em um ponto de sua fala, quando diz: “foi para isso que eles (eleitores do PT) deram seu voto” — e o “isso” de Dilma é tudo que ela disse que não ia fazer e fez. 
O eleitor petista é cúmplice de tudo o que se passa em nosso país. Num caso de mulher de malandro a nível continental. E seguindo a lógica marxista de “igualdade”, a presidente nos joga goela abaixo a informação de que o Brasil está “cada vez mais igual”, novamente correta, porque a imensa maioria do país, com exceção da elite petista, vive atolada em um pesadelo de impostos, contas, balas perdidas, falta d’água, incompetência, burocracia, corrupção, assaltos, estupros e a ausência absoluta de educação intelectual e cultural. 
Dilma jamais vai entender o básico: não é porque alguém fica rico que necessariamente outro fica pobre. Ou melhor: fingirá que não entende.
João Santana, isso é inegável, é um gênio. Do mal, mas é. Ele consegue deixar a realidade no chão, como Garrincha deixava os adversários, com uma facilidade ímpar, e se supera ao mandar Dilma dizer que o governo fará as “medidas necessárias”, leia-se: medidas impopulares, que o PT, se oposição fosse, estaria esperneando ao mundo inteiro que o PSDB “de direita”, “neoliberal”, “nazista” aplicou aos pobres e indefesos brasileiros “excluídos”. 
Em nossa versão de Alice no país das Maravilhas, Dilma continua seguindo o coelho e nos tratando como completos idiotas, porque afirma a necessidade de ajustes, ajustes e mais ajustes, se esquecendo que ela e seu antecessor causaram tudo que acontece conosco, principalmente na economia. 
João Santana escrever isso eu até entendo, por 70 milhões eu escrevo um “Guerra e Paz” melhorado, mas uma presidente de república ler e acreditar nisso é cruel. Culpa a economia externa, para variar, só faltando culpar a crise de 29, recentíssima. Reclama da baixa no preço das commodities, sem notar que o Brasil não possui diversidade em absolutamente nenhum nicho econômico, ao menos dentro da lei.
Dilma falava para uma torcida organizada de ministros, que estavam tão empolgados quanto espectadores de um campeonato municipal de xadrez. Saídos do que parecia ser um porre de Rivotril, tamanho o desânimo.
Michel Temer, nosso Frank Underwood, pensava na compra do mês, se existe vida extraterrestre e se o Xvideos estava fora do ar, fazia tudo, menos ouvir o que Dilma falava. Aquele senhor estava ali em carne e osso, seu espírito em algum outro lugar. E neste momento, no país da piada pronta, Dilma alardeava: “lançaremos um programa de desburocratização”; quer algo mais burocrático do que um “programa”?
E aqui, PSDB vou cobrar meus vencimentos pela pesquisa, a cereja do bolo recheado de contradição.
Dilma, na frente de todo o país, disse: “nós vamos ampliar, tanto as concessões, como as autorizações de infraestrutura ao setor…privado”. Quando ela terminou esta frase, pensei que a câmera ia ser desligada, que a luz ia acabar, que algum som de ataque aéreo iria soar, mas nada aconteceu. Quer dizer que chegamos ao ponto do PT falar em privatização em plena luz do dia, na frente das crianças? É por isso que até a irmã de Lula votou no Aécio.
No resto destes 40 minutos de surrealismo gratuito na TV brasileira da pátria educadora, tivemos o ministro dos Esportes, George Hilton, também sonâmbulo, olhando para sua chefe ao ser lembrado de que em 2016 teremos Olimpíadas, ele pareceu muito à vontade com a tamanha falta de intimidade com sua pasta. Aprendeu com os melhores, na pátria educadora. 
Dilma mencionou, “hein mulheres”, que o setor de cosméticos vai de vento em popa, enquanto uma de suas ministras roía a unha, terminando de bocejar. E chamou os ministros para a “batalha da comunicação”, seu ponto forte, já que é uma comunicadora nata. Alertou para que não permitam que os “boatos se alastrem” e que “respondam rápido”. 
Esse pessoal da imprensa, realmente, não é fácil. Não deixam o Petrolão ser esquecido, alertam para as contradições do que a candidata falou e o que a presidente está fazendo, tiram foto da piscina onde o ex-diretor da Petrobras teria enterrado dinheiro, levantam e-mail que prova que Dilma sabia de tudo, trazem Venina para a frente das câmeras e por aí vai. Felizmente, para o coelho João Santana e Dilma, o ministro Berzoini já garantiu: em Março, com a ressaca do carnaval, vem aí a regulamentação da mídia. Aí tudo estará resolvido, sem que o PT precise pagar 70 milhões a um marqueteiro presidente.

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