Como um
pesadelo para seus cidadãos, Argentina e Venezuela empurram o crescimento da
América Latina para baixo e registram os mais graves exemplos de distorções
econômicas da região. Os indicadores negativos hoje prevalecem em ambos os
países que, em momentos diferentes do passado, experimentaram a riqueza
concentrada e o sonho de ingressar no mundo desenvolvido.
A Argentina crescerá
apenas 0,5% neste ano. A Venezuela, dona da maior reserva de petróleo do mundo,
provará o recuo de 0,5% em sua atividade.
No coração
de Buenos Aires, a Avenida Alvear e a favela do Retiro tornaram-se símbolos da
decadência econômica acelerada e da expansão da pobreza nas últimas quatro
décadas. Em Caracas, as filas nas portas de supermercados e as prateleiras
vazias das farmácias alimentam os protestos nas ruas por mudanças no governo,
de estilo autoritário.
A
insatisfação popular é expressa também na queda do apoio e da avaliação dos
presidentes Cristina Kirchner, em seu último ano de governo, e Nicolás Maduro,
no primeiro ano de mandato. Entre analistas econômicos, prevalece a condenação
dos modelos adotados desde 2003, na Argentina, e desde 1999, na Venezuela.
No fim do
ano passado, com reservas internacionais em apenas US$ 13 bilhões, a Argentina
adotou medidas de correção de rumo enquanto se engajou no diálogo com o FMI
sobre a construção de um novo indicador de preços ao consumidor - passo inicial
para uma possível retomada da sua relação com o Fundo.
O governo
venezuelano resiste em reconhecer o fracasso das políticas econômicas ao longo
dos últimos 15 anos. A estatal PDVSA - Petroleo de Venezuela S.A, deu mostras de debilidade ao recorrer a
empréstimo de US$ 40 bilhões do Banco Central em 2013, mas continua a municiar
boa parte da máquina social chavista. Sua fragilidade está na raiz das quatro
taxas de câmbio vigentes no país e na própria crise de desabastecimento que
afeta ricos e pobres.
Fonte: O Estadão.com
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