quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Quem não se valoriza . . .

Se a América Latina não se leva a sério, ninguém o fará no mundo desenvolvido também

Em artigo publicado hoje na Folha, Roger Noriega, que foi o embaixador dos Estados Unidos junto à Organização dos Estados Americanos, faz duras críticas aos países latino-americanos e esfrega em nossas caras o desrespeito que demonstramos com os valores básicos da democracia.
Seu alerta toma como ponto de partida a escolha da Venezuela para a vaga não permanente da região no Conselho de Segurança da ONU, assim como o convite ao déspota cubano, Raúl Castro, para a Cúpula das Américas, no Panamá. Líderes do Canadá e dos Estados Unidos, os dois países mais prósperos e com democracias mais sólidas no continente, foram ignorados pelos vizinhos ao sul.
Qual mensagem querem passar para o resto do mundo? Um antiamericanismo boboca, infantil e tacanho faz com que esses povos enalteçam tiranos locais para confrontar o “império estadunidense”, os “ianques malditos” e seus aliados canadenses, os “exploradores do norte”.
Movidos por essa ideologia estúpida, os latino-americanos cospem em tudo aquilo que é mais avançado, mais livre, mais desenvolvido. E colocam-se ao lado de bandidos, de guerrilheiros, de traficantes, de ditadores assassinos. Diz o autor:
Noriega
Exatamente. Como discordar dele, quando sabemos que há indícios de conivência e cumplicidade desses regimes com o tráfico de cocaína? Nicolás Maduro chegou a interferir para ajudar o general aposentado e indiciado por narcotráfico Hugo Carvajal a escapar da extradição para os Estados Unidos. Por que permitimos esse tipo de coisa? Será que é isso que Chico Buarque quis dizer quando elogiou Dilma por “falar grosso” com os poderosos?
Tudo que conseguimos, na prática, é ridicularizar nossos países perante o resto do mundo, especialmente a parte desenvolvida e democrática. Levamos a infâmia, a vergonha de sempre agirmos como crianças birrentas, como povos atrasados, pouco evoluídos, que preferem puxar o saco de caudilhos em vez de se alinhar com democracias estáveis. O embaixador conclui:
Noriega2
Pois é, a indagação é muito pertinente. Se não nos levamos a sério, por que os demais nos levariam? E olha que o atual presidente americano nem é o “coubói” Bush, mas o “progressista” Obama, defensor do multiculturalismo e amigo de marxistas…

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