Penúltimo a
falar na convenção nacional do PT, Lula reservou um trecho da discurseira para
fantasiar-se de doutor honoris causa em futebol, Copa do Mundo e derivados.
Zanzando pelo palco feito animador de auditório, o criador voltou-se para a
criatura e deu por cumpridas todas as promessas que a dupla esqueceu no
palanque: “Eu acho que o que o país tinha que mostrar já mostrou, ou seja, os
estádios estão todos inaugurados, de melhor qualidade pra fazer qualquer inglês
morrer de inveja”, começou o Gugu Liberato de picadeiro.
Lula deve
achar que Wembley é marca de cigarro americano. Nunca deu as caras num dos
estádios cinco estrelas que sobram na Grã-Bretanha. Mas faz de conta que os
ingleses sonham com governantes que enterram em arenas superfaturadas (e condenadas
a transformar-se em elefantes brancos) os bilhões de dólares que poderiam tirar
da gaveta as “obras de mobilidade” urbana prometidas desde 2007. Se alguém
fizesse por lá o que o padrinho e a afilhada fizeram aqui, perderia o emprego.
E seria transferido do gabinete para um tribunal.
“É a
primeira vez, presidenta Dilma, é a primeira vez que um time perde por excesso
de qualidade do nosso estádio”, continuou a aula magna de vigarice. “A
Inglaterra não estava habituada a jogar num campo daquela qualidade, como ela
jogou aqui no país”. Lula descobriu que os inventores do futebol só ganham
jogos em campos de várzea. E achou excelente a situação dos gramados que só viu
na TV porque o medo de vaia o aconselhou a acompanhar a Copa sem sair de casa.
Há poucas
horas, na entrevista ao Jornal do SBT, pareceu bem menos seguro: “Possivelmente
a gente tenha culpa”, ressalvou no meio do falatório sobre a goleada sonora
sofrida por Dilma Rousseff no Itaquerão. Por que o ex-presidente não aproveita
o jogo do Brasil contra o Chile, neste sábado, para livrar-se de dúvidas. Basta
interromper a prisão domiciliar voluntária, trocar a sala do apartamento em São
Bernardo pela arena de Belo Horizonte e ouvir o que pensa a multidão.
Coragem,
companheiro Lula. Apareça no Mineirão.
Augusto Nunes - Veja.com
Meu comentário: não há limite, no Brasil, para duas coisas; a capacidade do Lula e da Dilma para dizer besteira e da cumpanheirada para aplaudir bobagem . . .
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